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Instagram: @brunamarsanovic
"Me tornei cadeirante no final de 2015, por tentativa de homicídio do meu ex-namorado. Após ficar um mês em coma e 2 meses no hospital, descobri que estava paraplégica e precisaria realizar o cateterismo intermitente. Como sempre fui muito independente, levei um tempo até aceitar a ideia.
Realizar o cateterismo fora de casa sempre foi um verdadeiro desafio para mim. Eu sempre ficava com receio do assento do sanitário e da possibilidade de uma infecção urinária. Por isso, sempre procurei realizar o cateterismo intermitente em locais com boa higiene, já que isso é essencial para evitar complicações.
Quando encontrei uma forma de fazer o cateterismo de forma mais rápida e prática, a minha rotina começou a melhorar muito. Como tenho um dia a dia bem corrido, sendo mãe, profissional e dona de casa ao mesmo tempo, o tempo é algo muito precioso para mim. Realizar o cateterismo com mais agilidade me ajudou a otimizar esse tempo, o que me permite ser mais eficiente e cuidar das minhas outras responsabilidades sem tanta preocupação.
Eu faço o cateterismo a cada três horas e, por ser mais prático e já vir lubrificado, consigo fazer isso de forma rápida, sem perder muito tempo. Isso fez uma enorme diferença na minha rotina, porque, ao longo do dia, consigo administrar melhor o meu tempo. Vou para o trabalho de trem, faço todas as minhas atividades, participo de eventos, viagens à trabalho e o cateterismo não impacta minha produtividade ou a minha capacidade de fazer as coisas. Conseguir realizar essas tarefas sem que o cateterismo atrapalhe me dá mais liberdade e confiança.
Isso me ajudou a continuar levando a vida como sempre quis, com mais liberdade para cuidar do meu filho, me dedicar ao trabalho e também dar atenção à minha casa. O cateterismo passou a ser só mais uma parte da minha rotina, sem me impedir de viver de forma plena.
Eu sei que não é fácil adaptar a nossa rotina quando passamos a depender do cateterismo, mas, com o tempo, a gente aprende a lidar com isso. O mais importante é saber que é possível continuar vivendo com qualidade e independência, mesmo com todas as adaptações que precisamos fazer. Para quem também faz cateterismo, meu conselho é: vai dar certo! Cada um encontra o seu jeito de viver bem, com as suas próprias soluções e cuidados."