Este vírus é da mesma família do HIV (o vírus da AIDS) e infecta células de defesa importantes do organismo, principalmente os linfócitos T. O HTLV foi descoberto nos anos 1980 e, desde então, desafia a ciência. Ainda não possui cura e é desconhecido por grande parte da população brasileira.
A transmissão do vírus se dá através do compartilhamento de seringas e agulhas por usuários de drogas, de mãe infectada para filho, tanto na hora do parto quanto na amamentação (transmissão vertical), e de relações sexuais desprotegidas com pessoas infectadas (o que torna o HTLV uma DST – Doença Sexualmente Transmissível).
Conheça os tipos de HTLV e seus sintomas
Existem dois tipos de HTLV: o Tipo 1 e o Tipo 2.
O tipo 1 pode causar doenças hematológicas, como leucemia, e uma grave doença neurológica, denominada paraparesia espástica tropical, que pode prejudicar o movimento dos membros inferiores e o controle da bexiga.
Já o HTLV Tipo 2 ainda não possui uma associação direta com alguma doença em específico.
Entretanto, de acordo com o site do Ministério da Saúde, apenas 10% das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas relacionados ao vírus. As demais não apresentam qualquer sintoma.
Os sinais mais comuns de manifestação do vírus que apontam uma doença neurológica são: fraqueza, dores na lombar, nos pés e na batata da perna, formigamento nos membros inferiores e dificuldades para urinar ou defecar.
Quando a infecção do vírus resulta em doenças hematológicas, os sintomas costumam ser: lesões na pele, descamação, coceira, aumento dos gânglios da virilha (ínguas), do pescoço e das axilas e pneumonias de repetição.
Diagnóstico e prevenção do HTLV
Para que a infecção pelo HTLV seja detectada é necessário realizar um exame sorológico específico para pesquisa de anticorpos anti-HTLV-I/II no sangue. A confirmação da presença do vírus é obtida por meio dos exames ELISA (do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay, ou Ensaio de Imunoabsorção Enzimática) e Western Blot, que são específicos para esse vírus.
Como o risco de desenvolver uma doença devido a infecção pelo HTLV-I é muito baixo, não foram descobertos medicamentos ou outro tipo de intervenção para conter o vírus, assim a doença ainda não tem cura. Portanto, a forma mais indicada de evitar a infecção é por meio da prevenção.
Sendo assim, as orientações são: pratique o sexo seguro fazendo uso de preservativos, não compartilhe seringas e agulhas e verifique com seu médico a possibilidade de realizar os exames específicos caso esteja grávida ou queira engravidar.
No caso das gestantes, quando o exame para a existência do HTLV for positivo, não é recomendado amamentar o bebê. As opções são recorrer aos bancos de leite ou às formulações lácteas.
HTLV e cateterismo intermitente limpo
Quando o portador do T-Linfotrópico Humano tipo 1 desenvolve a paraparesia espástica tropical, o funcionamento da bexiga pode ficar comprometido, uma vez que o cérebro deixa de receber adequadamente a informação de que é hora de urinar, pois a medula espinhal é comprometida pelo vírus em nível torácico.
Desse modo, a pessoa passa a apresentar um quadro de bexiga neurogênica e deve realizar o cateterismo intermitente limpo para o esvaziamento completo e seguro da bexiga, evitando assim a presença de urina residual que tem como principal consequência a infecção urinária.
Este procedimento é feito com a ajuda de um cateter com revestimento hidrofílico instantaneamente pronto para uso. Ele é descartável e já vem lubrificado, dispensando a necessidade de aplicação de lubrificante, também possui uma parte destinada ao manuseio, evitando o contato direto das mãos com a área lubrificada do material que será introduzido na uretra, além de sua embalagem ser de fácil manuseio e intuitiva.
A quantidade de vezes que o cateterismo intermitente limpo deve ser realizado no dia vai depender da orientação médica e lembre-se de seguir a risca!
A técnica é segura e aumenta a qualidade de vida do paciente com alterações neurológicas. Se você sofre de alguma disfunção vesical, seja ela neurológica ou não, converse com o seu médico sobre a técnica do cateterismo intermitente limpo.